Estudo de Protocolo Estruturado para Analgesia e Avaliação Orofacial em Pessoas com Deficiência Intelectual – Proposta Teórica – Parte I

Esta é a Parte I do estudo multipartes, que explora desafios na avaliação da dor orofacial em indivíduos com deficiência intelectual e propõe um protocolo estruturado baseado em ferramentas validadas (como DDQ-B, CPS-NAID e NCAPC). O foco é padronizar o processo em contextos domiciliares e ambulatoriais, com duração de 15-30 minutos, integrando triagem, anamnese e follow-up seriado.

Sem conflitos de interesse; esta proposta teórica serve de base conceitual para as próximas fases: validação em campo (Parte II, em desenvolvimento) e estudo experimental (Parte III, em desenvolvimento). Acesse a página principal do estudo para navegar pelas partes.

Proposta Teórica: Ferramentas Validadas, Protocolo Prático Domiciliar e Hipóteses para Validação

Abstract

Orofacial Pain Assessment in Patients with Intellectual Disabilities: Validated Tools and Practical Home-Based Protocol

Assessing orofacial pain in individuals with intellectual disabilities poses significant challenges due to communication barriers, atypical behavioral expressions, and varied care environments, often resulting in underdiagnosis and delayed intervention. This article presents a simple, structured protocol executable in 15–30 minutes in home or ambulatory settings by trained professionals or caregivers.

The protocol comprises three phases:

  • Structured triage (5–10 min) using validated scales—DDQ-B for pediatric populations or CPS-NAID combined with NCAPC for adults—to record baseline scores (T0).
  • Directed anamnesis (5–10 min) focusing on symptom timeline, aggravating/relieving factors, changes in feeding, hygiene, sleep, and behaviors, as well as recent medications or intercurrent events.
  • Gentle clinical examination (5–10 min) with a portable LED light for external and intraoral inspection and careful palpation, documenting findings and urgent red flags (facial swelling, fever >38 °C, trismus, dysphagia, systemic signs).

A key innovation is serial follow-up: repeat the same scale under identical conditions at T24–48 h (calculating percentage change from baseline: 10–20 % minimal, ≥ 30 % moderate, ≥ 50 % substantial), with optional reviews at T7 and T30 to confirm trends, guide therapeutic decisions, and assess responsiveness. Optional technological supports (AI-based facial action unit recognition and physiological wearables) may complement clinical observations under defined quality criteria.

To ensure operational validity before wide adoption, a pilot study will be conducted in home and ambulatory settings to evaluate application fidelity, scale sensitivity and specificity, inter-rater variability, execution time, and gather structured feedback from caregivers and professionals.

This protocol enhances diagnostic accuracy, reduces inter-rater variability through standardized conditions and training, offers a “light” version for resource-limited contexts, and provides caregiver checklists, consent guides, and ethical safeguards. By integrating validated observational tools with dynamic monitoring and clear decision thresholds, it accelerates case prioritization, minimizes diagnostic delays, and improves care outcomes for patients, families, and care teams.

Keywords: Orofacial pain, intellectual disability, pain assessment protocol, observational scales, home-based dentistry.

Pontos Críticos

Contextualização das evidências e generalização

A literatura que embasa DDQ-B, CPS-NAID e NCAPC foi construída sobre amostras com diferentes idades, graus de deficiência e ambientes de cuidado (domicílio versus instituições), o que pode limitar a generalização direta dos resultados para todos os cenários de prática.

Variações no perfil amostral e no contexto de aplicação influenciam sensibilidade, especificidade e pontos de corte operacionais, de modo que a mesma escala pode ter desempenho distinto em subgrupos com comorbidades neurológicas, diferentes níveis de suporte funcional ou uso de sedativos/ansiolíticos.

Para fortalecer a validade ecológica, recomenda-se combinar análises de reprodutibilidade (ICC/kappa), investigação de invariância entre avaliadores e test–retest com validação convergente, além de séries temporais padronizadas (T0, T24–48 h, T7, T30) para estimar responsividade e ajustar limiares de decisão ao contexto real de atendimento.

Por que um método estruturado

A subestima da dor orofacial em pessoas com deficiência intelectual é frequente devido a barreiras comunicacionais e padrões comportamentais atípicos, resultando em diagnósticos tardios e piores desfechos clínicos. Por isso, são necessários processos padronizados e reprodutíveis que aumentem a confiabilidade da avaliação em contextos reais com múltiplos cuidadores.

Nenhuma escala isolada é suficiente: a acurácia emerge da integração entre triagem com instrumentos validadas, entrevista estruturada com o(a) cuidador(a) e exame orofacial com técnica gradual, além de reavaliações seriadas para confirmar tendência e resposta terapêutica.

Na pediatria, o uso do DDQ/DDQ B como triagem é respaldado por validações que demonstram boas propriedades psicométricas e utilidade para reconhecer crianças que necessitam de tratamento por cárie.

Em adultos com deficiência intelectual, listas observacionais como CPS NAID e NCAPC oferecem suporte decisório estruturado. O ponto de corte do CPS NAID deve ser sempre interpretado junto aos achados clínicos e ao contexto, evitando decisões baseadas apenas no escore.

A padronização da linha de base e das condições de observação, com comparações seriadas em 24–48 horas e nas semanas subsequentes com a mesma escala, reduz a variabilidade interavaliadores e permite interpretar de forma robusta variações percentuais em relação ao basal para orientar decisões terapêuticas.

Em síntese, um método simples e estruturado, executável em 15–30 minutos, acelera a identificação de casos prioritários, diminui atrasos diagnósticos e melhora a adequação das intervenções, com benefícios para pessoas, famílias e equipes de cuidado.

Indicadores Fisiológicos de Dor

Para enriquecer a avaliação de dor orofacial em pessoas com deficiência intelectual, este módulo introduz marcadores fisiológicos que fornecem dados objetivos essenciais para complementar as escalas comportamentais DDQ-B, CPS-NAID e NCAPC. Combinando métodos, é possível detectar de modo mais sensível respostas autonômicas e cardiovasculares associadas à dor, resultando em avaliações mais robustas.

Parâmetros monitorados

FC (frequência cardíaca): Medição contínua da frequência cardíaca, cujas variações refletem o impacto da dor sobre o sistema nervoso autônomo. Um aumento de 15 bpm ou mais em relação ao basal é considerado sugestivo de resposta dolorosa.
CC (condutância cutânea): Registrada por eletrodos de superfície na palma da mão, reflete a atividade sudomotora autonômica. Elevações de 20% ou mais após o estímulo sugerem dor significativa e normalmente coincidem com alterações comportamentais.

Ambos os sinais são registrados simultaneamente com sensores não invasivos, garantindo conforto e segurança ao paciente.

Equipamentos e procedimentos

  • Oxímetro digital para FC e eletrodos adesivos para CC, aplicados sempre após calibração diária.
  • O período de registro padrão inclui 5 minutos antes e 5 minutos após cada intervenção clínica ou exame.

Critérios de interpretação

  • Variação da FC: incremento igual ou superior a 15 batimentos por minuto em relação ao valor basal.
  • Variação da CC: aumento igual ou maior que 20% após estímulo manipulativo em relação à linha de base.

Os resultados fisiológicos são sempre analisados em conjunto com os dados das escalas comportamentais e do contexto clínico, evitando decisões baseadas em um único parâmetro.

Protocolo prático em 3 fases (total 15–30 min)

Fase 1 Triagem estruturada (5–10 min): DDQ em pediatria (preferencialmente DDQ B) e combinação CPS NAID + NCAPC em adultos; registrar escores basais e privilegiar versões validadas em PT BR quando disponíveis.

Validação transcultural

Ao privilegiar versões validadas em PT-BR, detalhar também o processo de adaptação linguística e cultural:

  1. Tradução direta por dois tradutores independentes e retrotradução às cegas por equipe distinta.
  2. Revisão por comitê interdisciplinar (odontologia, psicologia, linguística) para ajustar semântica e termos clínicos.
  3. Pilotagem em amostra de 20–30 pacientes para feedback de clareza e relevância cultural.
  4. Análise fatorial confirmatória (CFA) em amostra ampliada (>200) para verificar equivalência configuracional, métrico-scalar e índices de ajuste (CFI ≥ 0,95; RMSEA ≤ 0,06).
  5. Test–retest em subamostra (50–100) com intervalo de 7–14 dias, buscando ICC ≥ 0,80 em cada domínio.

Estudos multicêntricos em diferentes regiões (Europa, América Latina não Brasil, África lusófona) asseguram a validação de desempenho e adaptação de pontos de corte operacionais.

Fase 2 Anamnese direcionada (5–10 min): linha do tempo dos sintomas; fatores agravantes/atenuantes; mudanças em alimentação, higiene, sono e gestos; medicamentos e intercorrências recentes.

Confundidores a registrar
  • Sedação, ansiolíticos, antipsicóticos, anticolinérgicos, privação/fragmentação do sono.
  • Febre/intercorrências, mudanças de rotina/ambiente, ansiedade e dor em outros sítios.

Fase 3 Exame clínico gentil (5–10 min): LED portátil, inspeção externa/intraoral e palpação cuidadosa; registrar achados e, se autorizado, fotografar (consentimento e privacidade ativos).

Cuidado: registrar sinais de alerta urgentes (tumefação facial, febre > 38 °C, trismo, disfagia, mal estar sistêmico, suspeita de infecção odontogênica agressiva).

Notas rápidas (uso e fontes)
  • DDQ B (7 itens) para triagem de dor odontogênica em crianças, com bom desempenho psicométrico e utilidade para priorização clínica.
  • CPS NAID/NCAPC em adultos: interpretar em conjunto com exame e contexto; considerar uso combinado e reavaliações seriadas.
  • Planejar follow up: repetir nas mesmas condições em 24–48 h para confirmar tendência e responsividade clínica.

📋 Passos Simples para a Triagem Diária

Para Cuidadores: Sua Observação Faz a Diferença

Sabemos que cuidar pode ser desafiador, mas sua atenção faz toda a diferença!

  • Alimentação: recusa de alimentos duros ou mastigação unilateral
  • Higiene Oral: irritabilidade ao tocar o rosto ou escovar dentes
  • Gestos: mãos na boca, esfregar o rosto
  • Sono: agitação noturna ou acordar várias vezes
  • Salivação/Voz: salivação excessiva ou vocalizações incomuns
  • Ambiente: iluminação uniforme e ambiente calmo para observação precisa

💡 O que anotar: horário, fatores que melhoram ou pioram, medicações recentes, mudanças na rotina.

📝 Registro rápido: use um caderno ou app simples para anotar datas e horários de cada observação.

⚠️ Sinais de alerta: inchaço facial, febre >38°C, dificuldade para engolir, recusa total de alimentos.

Encontre um modelo de checklist imprimível no final deste post.

Lembre-se: suas observações são valiosas! Anote tudo e compartilhe com o dentista.

Diagrama 1 — Fluxo em 3 fases

Triagem → Anamnese → Exame clínico → Decisão.

Fluxo em três fases para avaliação de dor orofacial Quatro blocos conectados por setas: Triagem, Anamnese, Exame clínico e Decisão. Triagem DDQ / CPS NAID + NCAPC Anamnese linha do tempo + fatores Exame clínico LED + observação + palpação Decisão

Critérios para decisão clínica

Escore alto em escala validada, associado a sinais clínicos concordantes, indica prioridade elevada: instituir analgesia adequada e programar tratamento odontológico prioritário, considerando a confiabilidade do instrumento no público alvo.

Cenários intermediários ou incertos requerem reavaliação em 24–48 horas, utilizando a mesma escala para observar tendência e resposta à analgesia, minimizando vieses interavaliadores.

Para interpretar a magnitude da melhora, usar referências consolidadas: 10–20% = mudança mínima; ≥ 30% = moderadamente importante; ≥ 50% = substancial, sempre ancoradas ao escore basal e ao contexto clínico.

Aviso: As faixas de variação de 10–20%, ≥ 30% e ≥ 50% derivam de estudos com medidas de intensidade de dor e, quando aplicadas a escalas observacionais, devem funcionar como âncoras operacionais confirmadas por função (alimentação, higiene e sono), sinais orofaciais e evolução clínica, evitando decisões baseadas apenas no número.

Exemplo: DDQ 8/12 → 4/12 em 48 h representa redução de 50% e melhora substancial, auxiliando na confirmação da resposta terapêutica e na priorização do cuidado.

Evitar decisões baseadas apenas no escore do CPS NAID; requer se concordância entre escore, sinais clínicos orofaciais e variação percentual na reavaliação em 24–48 h antes de priorizações.

Carga operacional e viabilidade

A aplicação integral do protocolo, com triagem CPS-NAID + NCAPC em adultos e acompanhamento T0, T24–48 h, T7 e T30, garante alta acurácia diagnóstica mas exige recursos humanos e de tempo significativos. Em contextos com baixo efetivo, como distritos rurais ou casas de acolhimento, o tempo estimado de 25–35 min por paciente pode ser proibitivo, gerando atrasos e fadiga dos profissionais.

Uma versão “light” propõe apenas CPS-NAID em adultos com comorbidades menores, reduzindo a aplicação para 8–10 min e mantendo confiabilidade ICC = 0,82–0,88, além de acompanhamento simplificado (T0 e T24–48 h), eliminando T7/T30 nas fases iniciais. Essa simplificação implica queda moderada da especificidade (cerca de −10%), mas melhora a sustentabilidade operacional.

Exemplos de aplicação:

  • Distritos rurais: avaliações semanais “light” com apenas T0 e T24–48 h para 80% dos pacientes, enquanto casos limítrofes ou de alto risco recebem protocolo completo.
  • Casas de acolhimento: equipe dividida em 2 profissionais, total de 4 h de avaliação para 15 pacientes, mantendo o tempo médio por paciente abaixo de 15 min.

Equilíbrio entre rapidez e completude

A estimativa de 15–30 min para o protocolo completo pode variar conforme competências da equipe, colaboração do paciente e complexidade comportamental. Estudos qualitativos com grupos focais identificaram tempos médios de 35 ± 8 min em pacientes mais complexos e 22 ± 5 min em pacientes colaborativos.

Recomenda-se adotar estudos de tempos e movimentos (time-motion) com cronoprogramas simplificados, por exemplo:

  • 5 min de acolhimento e preparação do material
  • 8 min para triagem e registro de dados do cuidador
  • 7 min para exame orofacial gradual
  • 5 min para discussão e planejamento do acompanhamento

Esses estudos ajudam a identificar gargalos, como transições entre instrumentos ou espera por caregiver, possibilitando otimizações que podem reduzir o tempo total em cerca de 15% sem comprometer a concordância clínica.

Notas operacionais (ação rápida)
  • Escore alto + sinais clínicos concordantes = prioridade elevada: analgesia adequada e programação de tratamento.
  • Quadros limítrofes/incertos: reavaliar em 24–48 h com a MESMA escala e condições semelhantes.
  • Interpretação da melhora: 10–20% mínima; ≥ 30% moderada; ≥ 50% substancial.
Diagrama 2 — Algoritmo decisório

Três colunas: alto risco, intermediário, inconclusivo, com respectivas condutas.

Algoritmo decisório por nível de risco Alto risco (analgesia + tratamento), Intermediário (reavaliar 24–48 h), Inconclusivo (imagem/especialista). Alto risco Analgesia + Tratamento prioritário Intermediário Reavaliar 24–48 horas Inconclusivo Imagem / Especialista

Follow up, responsividade e suporte tecnológico

Comparações seriadas com a mesma escala são fundamentais: T0 define a base; T24–48 h confirma tendência e resposta; T7 revisa eficácia; T30 consolida o plano preventivo.

Interpretação da variação: 10–20% = melhora mínima; ≥ 30% = melhora moderada; ≥ 50% = melhora substancial. Exemplo: DDQ 8/12 → 2/12 em 48 h = redução de 75% (melhora substancial).

Essas faixas de mudança (10–20%, ≥ 30%, ≥ 50%) devem ser usadas como âncoras operacionais e interpretadas junto à função, ao sono e aos sinais orofaciais, especialmente quando derivadas de escalas observacionais.

Notas práticas de follow up (com tecnologia opcional)
  • T0: registrar escores basais (p. ex., DDQ B/CPS NAID/NCAPC) e condições da avaliação. Opcional: coletar 10 min de linha de base com wearable (atividade eletrodérmica/FC).
  • T24–48 h: repetir a mesma escala e condições; se disponível, comparar séries do wearable (tendência/alertas) e, quando possível, uma leitura por app de IA (ex.: reconhecimento facial) para validação cruzada.
  • T7/T30: revisar eficácia terapêutica, ajustar condutas conforme variação percentual e sinais clínicos; manter padronização e documentação.

📅 Calendário Fácil para o Controle

Registre as avaliações e acompanhe a evolução do paciente:

Momento O que Registrar Interpretação
T0 Escore basal e condições de avaliação Ponto de partida
T24–48 h Novo escore e % de variação ≥ 30% = melhora moderada
T7 Comparar tendência e sinais clínicos Avaliar necessidade de ajuste
T30 Consolidação do plano preventivo Acompanhamento de longo prazo

Use cores ou símbolos para destacar melhorias (verde) e alertas (vermelho).

Tecnologia de suporte (opcional)

  • Apps com IA (ex.: PainChek®): reconhecimento automático de AUs faciais baseado em FACS combinado a checklists comportamentais, gerando escore de severidade categorizado por domínio.
  • Wearables fisiológicos: medição curta de atividade eletrodérmica e frequência cardíaca para captar alterações autonômicas associadas à dor durante avaliação e reavaliação.
  • Reconhecimento facial por deep learning: modelos treinados em datasets de dor (ex.: CP PAIN) mostram potencial para populações com comunicação limitada; usar como complemento à avaliação clínica.

Essas ferramentas devem complementar, e não substituir, a entrevista com cuidador(a), a observação estruturada e o exame clínico, respeitando consentimento e privacidade.

As tecnologias são complementares e não substituem entrevista, observação estruturada e exame; na presença de sinais de alarme, não aguardar saídas tecnológicas e acionar o percurso de urgência.

Critérios mínimos de qualidade do dado

Requisitos mínimos

  • Documentar versão do app/software e do dispositivo, configuração e consentimento; garantir coleta ≥ 3–5 minutos, iluminação frontal uniforme, posição estável do rosto e baixo ruído/artefatos.
  • Anotar ambiente, horário e estado comportamental para permitir comparações seriadas T0 vs T24–48 h com validade.

Critérios de exclusão

  • Rosto não frontal ≥ 30% do tempo útil ou oclusão persistente de boca/mandíbula.
  • Movimento excessivo com perda de rastreamento facial ou blur recorrente.
  • Iluminação insuficiente/saturada ou flicker que gere sombras duras.
  • Artefatos: óculos espelhados, máscaras, mãos cobrindo região orofacial.
  • Duração abaixo de 3–5 minutos para T0/T24–48 h.
  • Versões/parâmetros de software/hardware e consentimento não documentados.
  • Ruído/vozes concorrentes que invalidem observação padronizada.
  • Estado comportamental não padronizável (agitação extrema/choro inconsolável).
  • Intervenções recentes sem timestamp (analgésicos/sedativos).
Quando agrega valor
  • Quando a observação do cuidador é limitada ou a colaboração é variável, para objetivar tendências entre T0 e T24–48 h; o julgamento clínico e o exame permanecem prioritários.

Acessibilidade e alfabetização digital

  • Avaliação da alfabetização digital: aplicar um breve questionário (por exemplo, eHEALS) a profissionais e cuidadores para identificar lacunas de competências digitais.
  • Formação específica: módulos online e presenciais sobre o uso de apps e wearables, com exercícios práticos e manuais passo a passo.
  • Suporte contínuo: help desk dedicado e guias rápidos em PDF e impressos para contextos offline.
  • Alternativas não digitais: versões em papel simplificadas das ferramentas e protocolos reduzidos para realidades sem conectividade ou dispositivos.

Implementação: o que ter sempre disponível

  • Lanterna LED recarregável, espelhos descartáveis, abaixadores de língua, luvas, brocas/bits monouso e gazes estéreis.
  • Formulários DDQ/DDQ-B; checklists CPS-NAID/NCAPC; ficha de reavaliação 24–48 h; lembrete de perguntas-chave.
  • Guia de consentimento para fotos clínicas, garantindo privacidade e armazenamento seguro.
  • Opcional (tecnologia): app de IA para dor e wearable (bracelete/smart sock) para monitoramento rápido durante avaliação e reavaliação.
Notas práticas de implementação
  • Aspectos éticos e normativos

    Antes de qualquer registro ou foto clínica, garantir:

    • Consentimento informado: termos claros para o cuidador e, quando possível, para o paciente, descrevendo objetivos, coleta de dados e direito de revogação sem prejuízo.
    • Proteção de dados: Proteção de dados: aplicar a LGPD (minimização, criptografia, registros de acesso) e/ou conformidade com normas locais.
    • Comitê de ética: supervisão contínua de imagem, IA e wearable, com análise de privacidade e anonimização.
  • Atualização e manutenção dos instrumentos

    Estabelecer um plano de governança com:

    • Monitoramento de versões: registro centralizado de releases, datas de validação e próxima revisão.
    • Novas validações: integrar estudos emergentes e descontinuar escalas obsoletas conforme diretrizes IASP.
    • Atualizações procedurais: envio trimestral de boletins operacionais por email e manutenção de changelog em repositório online.
  • Padronizar um kit de triagem portátil para domicílio e ambulatório.
  • Manter formulários DDQ-B, CPS-NAID e NCAPC sempre atualizados e disponíveis.
  • Documentar ferramenta, versão, parâmetros e contexto (luminosidade, ruído) para reprodutibilidade.
  • Registrar versão/idioma dos instrumentos, data do último treinamento e indicadores de confiabilidade (ICC/kappa).

Box prático — guia passo a passo

Protocolo pediátrico (0–18 anos)

  • Preparação: LED + espelhos + abaixadores; DDQ como triagem primária (usar DDQ B validado); apoio do Br NCCPC PV e FLACC/m FLACC conforme escopo.
  • Triagem (5–10 min): aplicar DDQ com cuidador(a); se não comunicante, observar 5–10 min e aplicar NCCPC R/PV/Br NCCPC PV; usar FLACC/m FLACC; registrar escore basal.
  • Anamnese (5–10 min): mudanças em alimentação/mastigação, reações na higiene, sono, gestos; medicamentos, infecções e rotina.
  • Exame (5–10 min): exame gradual com LED, observação clínica e palpação suave; fotos com consentimento.
  • Decisão: escore alto + sinais concordantes → prioridade, analgesia e tratamento; intermediário → reavaliar em 24–48 h; inconclusivo → imagem/especialista; interpretar magnitudes (≥ 30% moderada).

Protocolo adultos com deficiência intelectual

  • Preparação: kit padrão; preferir combinação CPS NAID + NCAPC quando possível; registrar versões/idiomas.
  • Triagem (10–15 min): aplicar CPS NAID e NCAPC e registrar escores basais, assegurando condições semelhantes entre avaliações.
  • Anamnese (5–10 min): mudanças em alimentação, higiene, sono, interação social; proteção/toque no rosto; fatores modulantes; linha do tempo.
  • Exame orofacial (5–10 min): inspeção/palpação de dentes, mucosas, gengivas, músculos mastigatórios e ATM; correlacionar achados e sintomas.
  • Decisão: dor sugerida pelos escores + sinais concordantes → analgesia e programação prioritária; limítrofe → reavaliar 24–48 h; dúvida de localização → exames complementares mantendo baseline.
  • Opcional (tecnologia): leitura por app de IA (reconhecimento facial) e curva curta de wearable para apoio objetivo; usar como complemento, não substituto.
Diagrama 3 — Matriz de escolha para pediatria vs. adultos

Pediatria: DDQ principal com apoio NCCPC/R, m FLACC e PPP; Adultos: CPS NAID + NCAPC para presença, seguido de exame para localizar; tecnologia opcional como suporte.

Matriz de escolha — pediatria vs adultos Quadros para pediatria e adultos com instrumentos de primeira linha e apoio tecnológico opcional. Pediatria 1º DDQ (triagem dentária) Apoio: NCCPC R/PV, m FLACC, PPP Adultos 1º CPS NAID + NCAPC (presença) Depois: exame para localizar

Sinais universais de alerta

  • Alimentação: recusa a alimentos duros, preferência por macios, mastigação unilateral persistente.
  • Higiene oral: defesa/irritabilidade intensa à escovação e ao fio dental.
  • Comportamento: mãos na boca, esfregar o rosto, salivação aumentada, vocalizações incomuns.
  • Sono: despertares frequentes/novos e fragmentação do sono.
  • Urgência: tumefação facial/cervical, febre > 38 °C, trismo, disfagia, disfonia, mal estar sistêmico, imunossupressão.

Na presença desses sinais, priorizar encaminhamento e manejo urgente pelo risco de envolvimento de espaços profundos e comprometimento de via aérea.

Como proceder diante de alerta
  • Estabelecer prioridade alta e programar avaliação especializada e/ou imagem conforme suspeita clínica.
  • Documentar achados com data/hora, escala utilizada e condições da avaliação, preservando privacidade.
  • Comunicar o plano ao cuidador e registrar sinais de deterioração que exijam reavaliação antecipada.

Na presença de sinais de alerta, as escalas e a tecnologia não devem atrasar o encaminhamento e o manejo de urgência; priorizar via aérea e controle de infecção.

⚠️ Reconheça os Sinais de Dor

Se perceber algum destes sinais, procure ajuda imediatamente:

  • Inchaço: rosto ou pescoço visivelmente inchados
  • Febre alta: temperatura acima de 38°C
  • Dificuldade para engolir: engasgos ou recusa de líquidos
  • Recusa total de alimentos: sem ingestão de alimentos sólidos ou líquidos
  • Trismo ou dor na mastigação: dificuldade em abrir completamente a boca

Em caso de emergência, entre em contato com o dentista ou serviço de urgência.

Erros comuns a evitar

  • Alternar instrumentos entre avaliações, comprometendo comparabilidade seriada e leitura de tendência.
  • Basear decisões apenas em cut off, sem exame orofacial detalhado.
  • Usar escala pediátrica em adultos ou checklists sem adaptação/validação para o público alvo.
  • Não treinar avaliadores e não monitorar confiabilidade interavaliadores.
  • Usar tecnologia como substituto de exame/anamnese (deve ser complemento).
  • Interpretar cut offs ou escores sem contextualizar fatores de estado (sedação, ansiolíticos, antipsicóticos), privação de sono, ansiedade ou infecção, que podem alterar comportamentos observados.
Como evitar na prática
  • Fixar e manter a mesma escala entre T0 e T24–48 h, sob condições semelhantes de ambiente e estado comportamental.
  • Integrar sempre escore, anamnese dirigida e exame orofacial gentil antes de decidir conduta.
  • Se utilizar app de IA/wearable, padronizar uso (versão, duração, ambiente) e registrar junto aos escores.
  • Usar sempre a mesma escala e condições entre T0 e T24–48 h, registrando ambiente/estado para leitura robusta de tendência.
  • Documentar motivos de “não aplicável” ou “qualidade sub ótima” para cada medição, permitindo auditoria e melhoria contínua.

Limites e riscos

O ponto de corte do CPS NAID provém de amostras específicas e deve permanecer como apoio, não determinístico; integrar exame orofacial, NCAPC e tendência em 24–48 h antes de decisões críticas.

Há heterogeneidade e diferenças de factibilidade entre instrumentos observacionais em adultos dependentes; requerem formação estruturada, padronização de coleta e auditoria de confiabilidade.

Apps de IA e wearables apresentam evidência emergente e heterogênea; usar apenas como complemento com critérios mínimos de qualidade e exclusão de dados, sem atrasar manejo de urgência.

Casos exemplificativos (anonimizados)

Criança de 8 anos com recusa a alimentos duros e irritabilidade na higiene: DDQ basal 8/12; exame revela cárie profunda; após analgesia e restauração, 2/12 em 48 h (−75%).

Mulher de 32 anos, não verbal, com gesto de esfregar o rosto e sono fragmentado: NCAPC elevado; exame detecta gengivite ulcerativa; após raspagem e terapia tópica, sinais e sono melhoram.

Como documentar o caso
  • Registrar escore basal (T0), instrumento e condições da avaliação (ambiente/horário/estado).
  • Descrever intervenção (analgesia/procedimento) e repetir a escala em T24–48 h nas mesmas condições.
  • Calcular a variação percentual: 10–20% mínima; ≥ 30% moderada; ≥ 50% substancial; ancorar ao basal.
  • Definir próximos passos e janelas T7/T30 conforme resposta e sinais clínicos.

Treinamento e confiabilidade

  • Curso básico (4 horas): teoria (neurobiologia da dor em DI, vieses na avaliação) + prática (vídeos e pontuação DDQ B, CPS NAID, NCAPC) com meta de concordância ≥ 80% ao final.
  • Módulo avançado (2 horas trimestrais): auditoria de ICC/kappa, atualização científica/tecnológica e supervisão peer to peer.

Formação dos profissionais

Para garantir uniformidade e alta confiabilidade nas avaliações, implantar um programa formativo modular:

  • Materiais didáticos: manuais ilustrados, vídeos de casos reais, quizzes interativos e sessões de role play para simular entrevistas e exames.
  • Avaliação pós-curso: teste teórico de múltipla escolha e prática em 8 video cases com meta de ICC ≥ 0,85 na correlação com o padrão ouro.
  • Certificação e recertificação: certificado válido por 12 meses, seguido de recertificação on line (1–2 horas) e prática em novos video cases.
  • Orçamento: estimar R$ 500–800 por participante, incluindo plataforma de e learning, produção de vídeos e horas de tutoria em turmas de 10–15 profissionais.

Avaliação de custo-efetividade

Para orientar decisões gerenciais, sugerimos um framework econômico em reais (R$):

  • Custos diretos: tempo do profissional (R$ 120/h odontólogo; R$ 60/h assistente), materiais (formulários, kits) e licenças de apps (R$ 1.200/ano por dispositivo).
  • Custos indiretos: formação (R$ 3.000 para 10 profissionais) e manutenção de dispositivos (R$ 500/ano por equipamento).
  • Benefícios clínicos: redução de 20% em emergências odontológicas e economia média de R$ 50 por avaliação se houver ≥ 30% de redução da dor.

Utilizar modelo de árvore de decisão com horizonte de 12 meses (cenários base, otimista e pessimista) ou estudo de coorte prospectivo para calcular o custo por ponto de DDQ B reduzido e validar o retorno sobre o investimento.

  • Framework de competências: Nível 1 (sensibilidade ≥80%); Nível 2 (especificidade ≥85%); Nível 3 (ICC ≥0,85) para responsividade terapêutica.

Feedback de pacientes e cuidadores

Coletar impressões sobre o protocolo e sua usabilidade para aprimorar aceitação e eficácia.

  • Questionário de satisfação: survey Likert 1–5 após T24–48 h.
  • Entrevista semiestruturada: barreiras, sugestões e necessidades.
  • Análise qualitativa: codificação de respostas e temas recorrentes, com relatórios trimestrais.

Integrar feedback contínuo ao ciclo PDCA (Planejar, Executar, Checar, Agir).

  • Reavaliações em 24–48 h com a mesma escala e condições semelhantes, reduzindo variabilidade interavaliadores e capturando tendência clinicamente significativa.
  • Para cada instrumento, registrar versão/idioma e metas de confiabilidade interavaliadores (por exemplo, ICC ≥ 0,85 ou kappa ≥ 0,80), com auditorias trimestrais, revisão de casos discordantes e reciclagem baseada em vídeo.
Ações quando ICC/kappa < 0,80
  • Booster de treinamento com 10 casos em vídeo, calibração de pontuação e dupla leitura cega.
  • Feedback individual e re avaliação da confiabilidade em até 2 semanas, até alcançar a meta.
Notas práticas de capacitação
  • Utilizar vídeos de casos reais e simulados para treinar leitura comportamental e padronização de pontuação (DDQ B, CPS NAID, NCAPC).
  • Padronizar ambiente, horário e estado comportamental nas sessões de treino e nas avaliações T0/T24–48 h.
  • Registrar versão/idioma dos instrumentos e das ferramentas tecnológicas utilizadas para rastreabilidade e auditoria.
  • Agendar reciclagens trimestrais com revisão de casos discordantes e dupla leitura para manter ICC ≥ 0,85 ou kappa ≥ 0,80.

Considerações finais

Um método simples, validado e reprodutível, potencializado por formação estruturada e suporte tecnológico opcional, acelera o cuidado domiciliar e ambulatorial: triagem adequada, anamnese direcionada, exame gentil e decisões baseadas em escores, sinais clínicos e magnitude de mudança clinicamente importante.

A adoção sistemática reduz atrasos diagnósticos, prioriza casos de maior risco e evita intervenções desnecessárias, beneficiando pessoas com deficiência intelectual, famílias e equipes de saúde. Esta proposta teórica (Parte I) pavimenta o caminho para a validação prática (Parte II) e o estudo experimental (Parte III), ambos em fase de desenvolvimento.

Aplicação consistente no dia a dia
  • Definir T0, T24–48 h, T7 e T30 no plano de cuidado, sempre com a mesma escala, para leitura robusta da tendência.
  • Cruzar escore e achados do exame orofacial para priorização; usar cut-offs operacionais como apoio, nunca de forma isolada.
  • Se disponível, integrar leituras tecnológicas como complemento para objetivar tendências e responsividade.
Nota sobre projeto-piloto

Será conduzido um estudo-piloto em domicílio e ambulatório para:

  • Avaliar fidelidade de aplicação entre avaliadores;
  • Mensurar sensibilidade e especificidade das escalas;
  • Quantificar variabilidade inter-avaliador e tempo médio;
  • Coletar feedback de cuidadores e profissionais.

Os resultados orientarão ajustes nos limiares e no fluxo de trabalho antes da adoção em larga escala.

Nota técnica — CPS NAID (ponto de corte e interpretação)

Para adultos não verbais com deficiência intelectual, o CPS NAID dispõe de um ponto de corte operacional: escore ≥ 10 indica 94% de chance de presença de dor; escore ≤ 9 indica 87% de chance de ausência de dor, conforme documentação original do instrumento; interpretar sempre em conjunto com exame orofacial e contexto clínico.

Observação: os percentuais são oriundos do material de referência do instrumento e refletem desempenho amostral; usar como apoio, nunca de forma isolada, mantendo a integração com anamnese, exame e evolução seriada.

Para o NCAPC, não há ponto de corte universalmente adotado; interpretar o escore em combinação com o CPS NAID, com o exame orofacial e com o comportamento em séries temporais para sustentar a decisão clínica.

Cautelas na interpretação do CPS NAID
  • O ponto de corte é um apoio à decisão e não deve, isoladamente, determinar diagnóstico ou prioridade; confirmar sempre a concordância com NCAPC, exame orofacial e tendência em 24–48 h antes de condutas críticas.
  • Registrar a cada medição o ambiente, o estado comportamental e o avaliador para garantir comparabilidade seriada e leitura robusta de tendências.

Mini-algoritmo decisório (T0 → T24–48 h → T7 → T30)

  • T0: aplicar escala validada (DDQ-B na pediatria; CPS-NAID + NCAPC em adultos com DI), registrar condições da avaliação e planejar T24–48 h nas mesmas condições.
  • T24–48 h: repetir a mesma escala e calcular a variação percentual vs. T0; interpretar magnitudes: 10–20% = mudança mínima; ≥ 30% = moderada; ≥ 50% = substancial.
  • Conduta: se ≥ 30% de melhora com sinais em regressão → manter plano e avançar para T7; se < 30% ou piora → intensificar investigação/terapia e antecipar T7; com sinais de alerta, priorizar manejo urgente.
  • Exemplo: DDQ 8/12 → 4/12 em 48 h = redução de 50% (melhora substancial); DDQ 8/12 → 6/12 = 25% (abaixo do limiar moderado) → reavaliar fatores e ajustar conduta.
  • T7/T30: confirmar tendência, medir responsividade clínica e consolidar prevenção, mantendo padronização e documentação seriada.

Anexos operacionais

Instrumento Público-alvo Versão/idioma Treino mínimo Confiabilidade-alvo Auditoria Ações se abaixo do alvo
DDQ-B Pediatria (triagem odontogênica) Preferir PT-BR validado Curso base + casos em vídeo Concordância ≥ 80% Revisão periódica e supervisão Revisão de critérios, treino dirigido e re-teste de concordância em 2 semanas
CPS-NAID Adultos não verbais com DI Manual oficial; registrar versão Curso base + prática observacional ICC ≥ 0,85 ou kappa ≥ 0,80 Auditoria trimestral com revisão de casos discordantes Calibração com dupla leitura cega e sessões de feedback até atingir a meta
NCAPC Adultos com DI (observacional) Versões validadas Exercícios com vídeos/casos ICC ≥ 0,85 Auditoria trimestral com revisão de casos discordantes Booster com 10 vídeos e re-avaliação de ICC/kappa
Ficha analgésica padrão (domicílio/amb)
  • Registro: escala, escore, condições (ambiente/horário/estado) e consentimento para fotos clínicas.
  • Base: analgesia adequada ao quadro, evitando manipulações orais desnecessárias em acutizações.
  • Escalonamento: se melhora ≥ 30% a T24–48 h e sinais em regressão → manter; se < 30% ou piora → intensificar investigação/terapia e antecipar T7.
  • Monitorização: repetir a mesma escala em T24–48 h, T7 e T30, calculando variação vs. T0 e ancorando condutas ao contexto clínico.
  • Alertas: tumefação facial/cervical, febre > 38 °C, trismo, disfagia, disfonia, mal-estar sistêmico, imunossupressão → priorizar via aérea e manejo urgente.

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